Meu marido, para quem não sabe, é chef nas horas vagas – ou então meu cozinheiro particular. Ele tem uma coleção invejável de livros de receita e gastronomia, e entre os queridinhos dele estão os de autoria do Heston Blumenthal.
O Heston (para os íntimos) é um chef estrelado e quem tem uma abordagem peculiar: ele gosta de fazer experimentos com os alimentos e uma refeição criada por ele tem o objetivo de ir bem além do paladar. Eu, que entendo zero de gastronomia, acho que o Heston Blumenthal é tipo um cientista maluco, que usa comida como material e uma cozinha em vez de laboratório.
|
O fato é que esse jeito dele de preparar comida deu muito certo, o cara é um sucesso e os restaurantes dele figuram entre os melhores do mundo. Um desses restaurantes é o Dinner, que abriu em Londres nem faz tanto tempo (uns 2 anos, eu acho) e vive lotado. E foi lá que resolvemos comemorar o aniversário do Martin e nosso aniversário de casamento – foi a primeira vez que fui em um restaurante com estrela Michelin (O Dinner recentemente ganhou sua segunda estrela).
O conceito do Dinner é o seguinte: a inspiração para os pratos (todos, desde as entradas até as sobremesas) foram receitas britânicas antigas, datando desde o século 16. Cada prato “conta” sua origem no menu, e o ano da receita original.
Seguindo essa ideia de contar uma história, o cardápio vem preso a um papel que conta uma curiosidade relacionada a gastronomia britânica – como esses aqui:
Mas vamos ao jantar?
De entrada, o Martin foi de Meat Fruit (que é um dos pratos mais famosos da casa) – um patê que vem em formato de tangerina – e eu fui de Broth of Lamb – um ovo molinho com alguns legumes, cobertos na hora por um caldo de carneiro. Os dois estavam ótimos (provei um pouquinho do Martin) e a apresentação é sensacional.


Para o principal, pedimos Black Foot Pork Chop (costela de porco) e Fillet of Aberdeen Angus (filé mignon) – as carnes estavam macias, e o meu filé veio acompanhado das famosas batatas fritas do Heston Blumenthal que são mergulhadas no óleo nada menos do que três vezes. Também adorei o ketchup de cogumelos!


E, em homenagem a Claudia, eu não poderia deixar a sobremesa de fora : )
Uma das sobremesas que comemos foi recomendada pela garçom, que disse que leva tempo para ser feita e deve ser pedida logo quando você chega – é o Tipsy Cake, um bolinho bem leve, tipo um brioche, embebido em alguma bebida alcóolica (não perguntamos qual e não conseguimos identificar!) com açúcar e um pedaço de abacaxi assado no espeto. A outra foi um sorvete, Brown Bread Ice Cream, que eu pedi porque estava curiosa pra comer um sorvete com sabor de pão. E não é que o sabor é muito fiel? Eu não sou super fã de doce, então não consegui comer tudo (começa a me dar uma aflição na garganta!), mas estava muito bom.


Durante o jantar, vimos muita gente comer um sorvete que eles fazem na hora: uma pessoa leva um carrinho até a mesa e faz o sorvete com nitrogênio líquido. Nós não pedimos, mas pelo visto faz bastante sucesso, que o carrinho passava toda hora! É praticamente um showzinho, bem no estilo Heston Blumenthal.
Blumenthal, Dinner, Heston, Londres, Restaurante