Para ler o primeiro post da série “Desvendando o Metrô de Londres”, clique aqui.

A pergunta “quanto custa andar de metrô em Londres” não tem resposta simples, muito menos objetiva. Entender quanto você vai pagar para se locomover no Underground londrino requer alguns cálculos e diversas considerações. Nesse post explico alguns pontos básicos, mas pra ser honesta, depois de 4 anos morando aqui cheguei a conclusão de que é preciso fazer um doutorado pra entender completamente as tarifas do sistema de transporte londrino.

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Ok, desabafos a parte, vamos ao que interessa? Siga as lições e caso tenha alguma dúvida, não deixe de comentar!

Lição número 1: as zonas tarifárias

Apesar do mapa acima numerar as zonas de 1 a 6, o metrô está dividido em 9 zonas “tarifárias”. Mas não se preocupe: as áreas turísticas se concentram principalmente entre as zonas 1 e 3. E, dependendo de quantos dias você vai ficar ou se está vindo a Londres pela primeira vez, há uma grande probabilidade de você nem sair da zona 1.

É essencial saber em que zona você está hospedado e também as zonas das atrações/lugares que você quer visitar.

Lição número 2: tipos de tickets

Os moradores de Londres não vivem sem seus Oyster cards. Mas o que é isso? O Oyster nada mais é do que um “ticket permanente”, um cartão que pode ser usado não apenas no metrô, mas também no ônibus e até em trens dentro da cidade. Ele tem duas variações:

• Travelcard: é possível comprar um oyster travelcard de uma semana, um mês, três meses e um ano, dentro de uma área específica. O meu, por exemplo, é um oyster travelcard mensal que cobre as zonas 1 e 2. Todo mês eu faço essa “recarga”. Atenção: o travelcard diário não é um oyster, é um bilhete de papel (falo dele mais abaixo). Uma coisa legal do oyster travelcard é que você pode “adiar” o início de sua validade: comprar hoje mas avisar no guichê que você somente começará a usá-lo daqui a 3 dias. E então, é claro, conte uma semana a partir desse dia.
• Pay as you go: funciona exatamente como diz o nome, você paga de acordo com o que usa. Ou melhor, de acordo com de onde sai e pra onde vai. É possível carregar o oyster pay as you go com qualquer valor (algumas estações exigem que a carga mínima seja de £5 quando você usa o guichê, pra incentivar as pessoas a fazerem a recarga nas maquininhas). Essa opção cobra de você a menor tarifa possível entre sua saída e chegada, e o mais interessante é que seu gasto diário não vai ultrapassar o valor do travelcard diário (correspondente a zona “mais longe” que você foi). Ou seja, chega um momento que tanto faz se você usou o metrô 5 vezes ou 15 vezes – há um limite e você não vai a falência.

E o que mais temos a oferecer:

• É possível ter um oyster travelcard e também ter crédito para o sistema pay as you go em um só cartão. Como assim? Digamos que você decidiu comprar o semanal válido para as zonas 1 a 2, mas quer ir a algum lugar que está na zona 4 e não quer comprar um ticket single (vou falar dele logo mais). Tendo crédito no pay as you go, o oyster automaticamente alterna e usa o que é mais apropriado. Outra boa ideia é fazer isso quando você chega no aeroporto de Heathrow, que fica na zona 6. Não vai comprar um travelcard diário entre as zonas 1 a 6 só por causa disso né? Como comprar: no guichê, peça seu oyster travelcard (lembre-se: semanal, mensal, trimestral ou anual) e avise que você quer também colocar um crédito – e diga qual valor!
• E o travelcard de um dia? Esse não vem em forma de oyster – ele é um bilhete de papel mesmo.
• E um ticket simples, só pra ir de A a B, sem ser travelcard ou pay as you go? Essa opção existe, claro, mas garanto que não vale a pena – basta olhar a tabela das tarifas mais abaixo pra você entender.

Lição número 3: tarifas

Agora vai ficar claro o porque de eu ter insistido na história das zonas tarifárias. Essa tabela eu peguei do site do TFL (Transport for London), e ela é completíssima, mas achei melhor reduzir pra colocar aqui. Fica bem mais fácil compreender as vantagens de cada tipo de oyster e do travelcard diário e também ver como o bilhete single (que é a coluna “cash”) é caro pra caramba.

Essa tabela é de deixar qualquer um pirado, pois a nossa primeira reação é começar a fazer contas pra tentar ver qual a melhor opção. Haja paciência! Minha dica pra quem vai ficar a partir de 4 dias em Londres é comprar o travelcard semanal – assim você não tem preocupação de ter que checar crédito (o que acontece quando você opta pelo pay as you go), e pode usar outros meios de transporte em Londres (ônibus e trem), dentro da zona determinada, tranquilamente.

Vocês também devem ter notado que as tarifas mudam de acordo o horário: o tal do “peak” e “off-peak”, pra prevenir o pessoal de pegar o metrô nos horários de pico. Ali no pay as you go, por exemplo, você vai ver o máximo que ele vai te cobrar por dia divido em duas partes: Peak price cap e Off-Peak price cap. Ou seja, se você usou o metrô antes das 9 e meia da manhã entre as zonas 1 e 2, o máximo que ele vai te descontar nesse dia é £8,40. Mas se você esperou pra sair depois da 9 e meia, o valor será reduzido para £7,00.

Atenção!

• Dependendo de quando você está lendo esse post, os valores podem ter sido alterados! Não deixe de checar os preços no site do TFL antes da viagem!
• Lembre-se de que esse post está falando das tarifas do metrô apenas! Dependendo do seu tipo de ticket, pode rolar um acréscimo caso você use a rede de trens. Falarei sobre isso em outro post nessa série!

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