Minha amiga Marcela que mora em Tóquio foi para Mianmar com o marido passar o final de ano (Natal e Ano Novo). Quando ela voltou de viagem e colocou as fotos no Facebook eu fiquei babando, e pedi pra ela escrever um post para dividir aqui com vocês.
Mianmar (ou Myanmar, a antiga Birmânia ou Burma, em inglês) fica no Sul da Ásia, fazendo fronteira com a Tailândia, China, Índia, Bangladesh e Laos. O país só começou a ser aberto a turistas recentemente (em 2010), depois de 40 anos de socialismo e ditadura militar duríssima, marcada por muitos protestos sangrentos e condenação da comunidade internacional. O povo budista e simpático do país vive ainda de forma muito simples, os monastérios budistas são o centro da vida nos vilarejos e os meninos todos em algum momento se tornam monges aprendizes. As paisagens são lindas, pontilhadas por milhares de templos. Para quem vai a Ásia visitar a Tailândia ou algum dos países vizinhos, pode começar a pensar em incluir Mianmar no seu roteiro!
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Como chegar
Chegamos a capital Yangon de avião. De lá, seguimos para Mandalay de avião e embarcamos em um cruzeiro chamado Road to Mandalay que nos levou até Bagan.
Onde se hospedar
Em Yangon, ficamos no Chatrium, mas não recomendo. Havia eventos todos os dias e isso atrapalhava o nosso sono. Dormimos no barco todos os 7 dias durante a visita às cidades de Mandalay e Bagan.

Atrações/Passeios
Em Yangon, vale perder-se pelas ruas do centro da cidade e admirar os prédios coloniais. Além disso, é preciso visitar a Shwedagon Paya pelo menos duas vezes ao dia, bem cedo e ao entardecer. A vista é mágica. Veja a Sule Paya apenas de fora e vá visitar o Buda deitado.
Em Mandalay, alugue um barquinho no lago Taungthaman e veja o sol se por na Ponte U Bein. Visite a antiga capital Ava em uma charrete. Vá a Kuthodaw Paya e depare-se com o maior livro do mundo em 729 placas de mármore que apresenta os 15 livros de Tripitaka.
Em Bagan, selecione os templos de sua preferência, pois há por volta de 2.000 templos. O meu favorito foi o Ananda Pahto.

Onde comer
Não comi comida típica em restaurante, apenas no cruzeiro. Eles gostam muito de curry, mas não é picante como o da Índia. Cheguei a provar uns dois tipos, gostei muito. Yangon: Governor’s Residence (excelentes almoços) e L’Opera (massa de dar água na boca).
Comunicação
Nós tínhamos um guia durante a permanência no cruzeiro. Em todas as lojas e restaurantes que fomos os atendentes falavam inglês. Não houve problema de comunicação.

Onde e o que comprar
Fábricas de seda em Mandalay. Fábricas de laca em Bagan. Há muita prata também e pedras preciosas. Comprei um longyi para mim que é a saia típica das mulheres de Mianmar.
Quanto custa
O país é barato. Utilizamos táxis em Yangon e não custava caro fazer os trajetos dentro da cidade. É possível, inclusive, alugar um táxi por um dia. Pode-se usar notas em dólar para pagar quase tudo lá, com exceção dos táxis.

Sobre o povo
Os habitantes de Mianmar são alegres, sorridentes e adoram turistas. Até pedem para tirar fotos conosco. No pequeno comércio dos templos, as mulheres com as faces pintadas de “thanaka” (pasta amarela extraída do tronco da árvore de mesmo nome) nos convidam a experimentar a pasta milagrosa que protege contra o sol e é também um cosmético. A curiosidade que sentem em relação a nós é a mesma que sentimos em relação a eles. Quando pronunciávamos a palavra “mingalaba” (oi na língua deles) nas vilas pelas quais passamos éramos recebidos com sorrisos e uma enxurrada de pedidos por sabonetes, xampus e loções hidratantes (todos feitos em inglês). Vale a pena aprender a falar “mingalaba” e “tchezube” (obrigada/o).

Furada
O cruzeiro do Orient Express, Road to Mandalay. Vendem a idéia de que é um cruzeiro luxuoso, mas não oferecem acomodações decentes e a comida deixou muito a desejar.

Imperdível
Bagan do alto de uma torre. Inúmeros templos, pagodas e estupas a perder de vista.

Se pudesse planejar de novo, o que mudaria
Ficaríamos mais do que dois dias em Bagan. Ainda havia muito a ser visto. Além disso, incluiríamos o Lago Inle como um de nossos destinos.
